domingo, janeiro 31, 2010

Dica da Semana: Ilusões de Ótica - Pt 2

Segunda Parte de imagens com ilusões de ótica que eu recebi por e-mail, se aquelas não lhe inspirou a escrever nada, vejam essas:

 

  

  

  

 Que tal? Se ainda não lhe ajudou, na próxima rodada vai ajudar, com certeza!

Até mais!

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Conto: Paciente Zero

Enquanto o mundo não para, mesmo depois de décadas de desenvolvimento, existe um garoto que não o acompanha com a mesma velocidade, um simples menino que apesar de tudo, está cheio de sonhos e desejos, ele foi criado na rua, seus pais morreram em um ataque quando alguns países acharam que era hora de roubar nosso bem mais precioso, a Amazônia, milhares de pessoas morreram naquela época, devastando cidades inteiras. Atualmente nosso país tenta se reerguer novamente, tentando recuperar as cidades que julgavam ser mais importantes: Rio de Janeiro e São Paulo, que hoje tem uma maior concentração de pobres, e também são os estados onde encontram-se os bandidos mais procurados do país e alguns rebeldes que não concordam com a politica do nosso governo em aceitar de cabeça baixa a invasão em nosso território, e também, nestes estados é onde estão a maior parte dos “Infectados”, que são aqueles que sobreviveram as bombas biológicas jogadas pelos invasores, os Infectados carregam em si um vírus mortal que pode ser transmitido por via respiratória e por isso, eles são a prioridade do governo onde são caçados e exterminados e para isso, foi criado uma “Unidade de Rastreamento e Controle dos Infectados” (U.R.C.I.) para abate-los e não deixar que o vírus se prolifere.

- Sabe qual é o meu maior sonho? - o garoto maltrapilho perguntava com os olhos cheios de esperança, falando com o seu cachorro surrado que o encarava sem nada entender.

- Eu queria poder entrar e conhecer a Amazônia, e tentar imaginar como ela foi um dia, quando não havia guerra.

O Garoto abraça o cachorro que depois de alguns segundos responde com latidos, chamando a atenção de outras pessoas que compartilhavam o mesmo comodo deste prédio abandonado, mas seus olhares não eram de repreensão e sim, de alarde, como se estivessem preocupados com alguma coisa. Um baque surdo é ouvido e logo em seguida vários gritos ao longe, todos que estão neste comodo sem conforto algum, se levantam atentos enquanto outros correm para olhar por algumas brechas através da janela, era de noite, um céu sem estrelas e nuvens nos mostrava a cidade mergulhada nas trevas, mas no chão podia-se ver veículos parados e diversas luzes.

- Eles estão aqui! - disse um homem alto, loiro, de olhos claros e pele branca, após olhar por uma brecha pela janela.

- E agora? O que faremos? - perguntou uma mulher baixa, de cabelos negros e pele branca.

- Temos que sair daqui, não é mais seguro permanecermos aqui – sai ás pressas para ficar no centro e anuncia: - Eles chegaram! Peguem o necessário e vamos sair sair pelo local combinado que construímos, AGORA!

 Todos começaram a se levantar e se mexer para arrumar suas coisas pegando o necessário e deixando o resto para trás, não tinha muita coisa para levar, mas o pouco que tinham era necessário para a sobrevivência deles. Começaram a sair um por um por um estreito túnel  secreto que foi construído por eles, este túnel era bem escuro, não havia luminosidade ambiente e nem por gerador ou outro tipo de energia, pois o prédio estava abandonado a muito tempo e mais nada funcionava, o túnel era apertado, só poderiam seguir em fila indiana, o ar mal circulava por ele o que fazia com que as pessoas andassem com pressa mantendo uma distância segura uma das outras e evitando o máximo fazer algum barulho que chamasse atenção de quem não deveria.
 Sem entender muito o que estava acontecendo, o garoto seguia as pessoas, ele foi o último juntamente com seu cachorro, que logo depois de um tempo de caminhada, o cachorro começou a latir insistentemente, até que o homem, aparentemente líder do grupo, veio até ele apontando o dedo em seu rosto e começou a dizer:

- Faça com que esse seu cão pulguento cale a boca, David,  ou você quer que eles peguem a gente? - com os olhos irradiando uma raiva interna, se esforçando ao máximo para não explodir, virou e se afastou.

 O Garoto olha de soslaio para seu cachorro e sussurra:

- Chip, não faça barulho! - o cachorro resmunga baixinho em resposta, mas fica quieto caminhando ao lado de seu amigo, David.

 Caminhando em linha reta, depois descendo em forma de ziguezague, não havia muitos orifícios por onde entrar ar dentro do túnel, e essa caminhada deixava o menino cansado, quando ele finalmente parou para descansar e tomar um pouco de fôlego, o silêncio é quebrado por sons de tiros e mais gritos fazendo com que o silêncio predomine o ambiente, não são ouvidos sussurros, nem pés se arrastando, nada, todos haviam parado, evitando chamar a atenção, mais um estrondo é ouvido, dessa vez, mais perto, alguém mais a frente do grupo grita: - Corram!
 Sem pestanejar, todos começaram a correr, se esbarrando um no outro, o desespero tomando conta, disparos são feitos e um homem a frente do David cai e não se levanta. O Corpo do Homem caído atrapalha a passagem do garoto com o seu cachorro, a essa altura os outros do grupo já sumiram de vista, e com muita dificuldade, o garoto passa pelo homem caído.
 Enquanto corria sem olhar pata trás, David se viu sozinho, não conseguindo encontrar os outros, perdido no meio daquele túnel traiçoeiro, sem saber ao certo que caminho tomar quando o túnel fica dividido em várias direções. Ao ouvir passos se aproximando, ele toma uma decisão de última hora, escolhe uma direção e entra pelo túnel, e corre, depois para e decide se esconder em um dos muitos buracos que passou, tateando sempre, ele encontra um do seu tamanho e se enfia ali dentro junto com seu cachorro.
 Não demorou muito até que David, em seu cubículo, visse alguns pares de pernas com uma vestimenta preta e algumas luzes, uma luz vermelha saindo do armamento e uma luz mais clara do capacete para iluminar o ambiente, ele reparou que as pessoas usavam um colete com a sigla “U.R.C.I.”, sobre o rosto, usavam máscaras que tinham tubos que levavam direto ao cilindro acoplado em suas costas, na parte dos olhos, a máscara emitia umas luzinhas piscantes, como se um óculos já estivesse na própria máscara, um óculos de visão noturna, mas não era um óculos comum, mas eram capazes de analisar toda uma área  e passar informações para seu usuário, como: Temperatura ambiente, rastro de calor e quanto tempo ela está por ali, detecta ruídos que é informado através de uma pequena barra no canto superior esquerdo, além de informar, é claro, o ângulo de visão e distância de um alvo, este óculos são capazes de ter noção de profundidade e também oferece serviços básicos que é a hora local e mundial, calculadora, previsão do tempo de qualquer lugar do mundo atualizado minuto a minuto, não esquecendo que toca NAM9, que nada mais é do que uma versão muito mais atualizada do MP3, que pode ser escutado através de um fone embutido na máscara que obedece por comando de voz.
 David, sentado no canto escuro, com medo e segurando firme seu cachorro foi surpreendido por alguém dentro do túnel que o puxa para dentro da escuridão, depois de algum tempo engatinhando e cada vez mais adentrando nas profundezas, alguém sussurra para ele:

 - Onde é que você estava com a cabeça ao ficar parado lá esperando ser encontrado? - devido a escuridão, David não distinguiu quem seria, não reconheceu a voz, só percebeu que era um homem.

 Depois de uma longa caminhada fugindo por túneis, depois vielas, becos e ruas escuras passando por prédios  em ruínas, os que estavam inteiros tinham sido pichados. O Silêncio predominava na noite sombria, ambos fizeram uma pausa em um beco para tomar fôlego, para quebrar esse angustiante silêncio o menino toma a iniciativa.

- O que aquelas pessoas queriam?
- Nos exterminar – o rapaz se vira e o garoto percebe que é o líder do grupo.
- Mas por quê? Eu não fiz nada!
- Eles nos consideram perigosos, uma ameaça á milhares de pessoas.
- Mas eu sou apenas uma criança, só tenho 9 anos, como posso ser tão perigoso?
- Eles acham que estamos doentes, e outras pessoas podem ficar doentes por nossa causa.

Sem saber o que dizer o menino fitava seu cachorro que retribuía o olhar.

- Para onde nós vamos agora?
- Nós? Agora, cada um por si garoto, mas se você quiser ficar com o pessoal do grupo, eles foram foram se esconder no metro, na estação abandonada, eu posso te levar lá.
- Mas e você? Para onde vai? - o homem o encara desconfiado
- Eu estou indo para a Amazônia, ouvi rumores de que minha esposa e minha filha estão vivas e estão lá.
- E eu ouvi dizer que aquele lugar é bem protegido e que ninguém consegue passar pelos portões sem autorização.
- Eu sei – suspira o homem.
- Então como sua mulher e filha podem estar lá? Elas não eram uma de nós?
- Elas estão presas.

O Menino queria perguntar várias coisas, mas se controlou, talvez o homem precisava de tempo para concluir a frase pensou o garoto.

- Não sei ao certo por que elas foram presas mas vou tirar elas de lá, nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida.
- Então eu vou com você!
- O que? Claro que não!
- Por que não?
- Por que lá não é lugar para crianças como você, Infectado.
- Eu não tenho mais nada a perder, meus pais morreram há alguns anos atrás e meu sonho é conhecer a Amazônia.

Um carro vem na direção deles, e eles se escondem atrás de escombros de um estabelecimento, o carro estacionava próximo dali e o homem leva um susto quando o motorista desce do carro e vem na direção deles.

- Você? Pensei que...
- Eu vou te ajudar a libertar minha irmã e minha sobrinha! - ela o encara por um instante mas ele nada diz – Marcus, você vem ou não?

O Homem olhava da mulher para o menino sem saber o que fazer. O Menino reconheceu a mulher, era a mesma que olhou pela janela com o ex-lider do grupo, Marcus, a mulher de cabelos negros e pele branca.

- E então... vai ficar parado aí?
- Mas e ele?
- Eu o que? - diz o garoto.
- Não podemos deixa-lo aqui pois ele pode ser pego mas tão pouco leva-lo direto para a morte com a gente. - O Homem disse para a mulher.
- Então, vamos leva-lo. - e se dirige ao carro, o homem a segue.
- O que? - surpreso.
- Vamos logo, estamos atrasados. - a mulher grita de dentro do carro.

O Menino corre em direção ao carro, e se acomoda no banco traseiro junto com o se cachorro, o estofado era velho e da cor cinza claro com algumas listras pretas, vermelhas e azuis, e com alguns furos por onde saiam o enchimento, o painel do carro aparentava ser bem antigo e algumas coisas o carro não tinha, como: cinto de segurança, radio, e a portinha do porta luvas, a mulher da a partida no carro que custa a pegar.

- Onde você conseguiu esse carro Anna?
- Eu conheço um cara que trabalha em um desmanche clandestino.

 Depois de algumas horas dirigindo, passando por ruas desertas e esburacadas, e por muitos conglomerados de mendigos ao redor de latões com fogo se aquecendo na fria madrugada, passaram por estradas de terra, desviavam de possíveis rotas da U.R.C.I. Fazendo o máximo para não serem vistos.
 O carro estacionava em algum galpão no meio do nada a apenas alguns quilômetros da fronteira de São Paulo com os antigos Estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

- Por que paramos? - questionou o garoto por parar num local deserto.
- Não podemos prosseguir pela estrada ou pelo ar, tudo está sendo muito bem monitorado por agentes, câmeras, cães farejadores, helicópteros e outras coisas. - respondeu a mulher.
- E como faremos?
- Vamos por baixo da terra. - disse o homem saindo do carro.

 Os Três caminharam pelo campo aberto rumo ao galpão abandonado, ao redor não tem nenhum sinal de vida, o verde que deveria estar por ali, sumiu há muito tempo, eles se aproximavam da única porta visível, a mulher bate de leve três vezes, depois de algum silêncio, uma pequena portinhola se abre e um par de olhos aparece e analisa os estranhos por um instante.

- Está no meio do começo, está no começo do meio, estando em ambos assim, está na ponta do fim? - diz o dono do par de olhos que os encarava.
- O que ele está fazendo? - o garoto cochicha para o homem ao seu lado, o Marcus.
- Ele está se certificando quem somos – cochicha ele em resposta – Desculpe, o senhor pode repetir? - o homem desconhecido o olha sem nada a dizer, então a mulher decide quebrar o silêncio.
- A Letra “M” - disse ela.

 Os dois homens e o garoto olham para ela surpresos. Quando finalmente a porta é aberta, os três adentram o recinto, eles percebem que a visão interna é bem diferente da externa, onde víamos que o galpão era mal cuidado, janelas cobertas com madeiras, pintura obsoleta e descascava em algumas partes, o mofo surgindo em outras e uma parte do telhado estava quebrado, nenhuma luz estava acessa ao lado de fora e muito menos parecia que tinha luz do lado de dentro e nenhum som se ouvia.
 Internamente, a coisa era bem diferente, janelas não existiam ali, as paredes eram revestidas de aço, pequenos dutos de ventilação pendiam de lugares estratégicos, era bem iluminado e organizado, a cor predominante era o cinza com o branco. Depois de terem atravessado alguns corredores e salas, chegaram ao centro, onde  alguns trabalhadores de jaleco cinza escuro trabalhavam em algo que parecia ser uma nave ou algum outro meio de transporte.

- Ora, ora, ora... O Que temos aqui? Hospedes ilustres sem sombra de dúvida, a que devo a honra, Marcus e Anna?

Os adultos que acompanhavam o garoto, David, se entreolharam surpresos.

- Você. Está. Vivo? Como? - pergunta Marcus sem entender nada.
- É uma longa história, me acompanhem que lhes mostrarei nossas instalações e lhes conto a minha história.

 Logo após os ataques e a invasão, milhares de pessoas morreram, mas algumas conseguiram fugir a tempo, passaram a viver nos subterrâneos do interior do estado onde conseguiram viver sem serem descobertos, até que um deles, um homem chamado Saulo começou a admitir vários desertores do exército de PASUBIN (antigo Brasil) e muitos rebeldes, assim como os Infectados, com um único objetivo: derrubar o ditador Jacinto Rêgo Pinto, para que a paz volte a reinar em nosso território.

- Mas não será fácil, mas temos soldados em todo o país para lutar pela liberdade, fora que temos contatos com países vizinhos que vão nos ajudar nessa empreitada e bons patrocinadores também - disse Saulo enquanto todos chegavam em um grande refeitório. - Vocês devem estar com fome, não é mesmo?

 Os três recém-chegados pegam cada um uma bandeja, passam por diversas travessas e colocam aquilo que lhes agradavam, a comida era bem estranha mas dava sustância para quem comia, no final, tem uma máquina que oferece um saquinho para acompanhar a comida, dentro dele continha um pó branco.

- Ah que saudade de beber água de verdade – disse Saulo – uma pena.
- Por que? - perguntou o curioso David.
- Desculpe, este é o David, ele estava no mesmo grupo que eu, mas acabou se perdendo e resolveu se juntar a mim – rapidamente explicou Marcus.
- Tudo bem, sem problemas! Então, respondendo a sua pergunta. Hoje em dia não existe muitas reservas de água, o oceano está secando, e água de verdade, água que podemos consumir, é cara e só quem paga por ela são apenas pessoas poderosas, e para o resto da população só resta o genérico – segurando o saquinho com o pó branco e mostrando a David – que na realidade é apenas um pó com as propriedades que tem na água e que se dissolve rapidamente com a saliva da boca, entendeu?
- Sim – todos se sentam e o garoto retorna a falar – de onde vocês se conhecem? Digo isso por que na sua história você não os menciona.
- Eu era um velho amigo da família deles.

 Depois de se atualizarem e contarem as novidades e aventuras por quais passaram, Marcus e Anna contaram o que queriam, eles precisavam de ajuda para atravessar a fronteira do estado sem serem pegos, através dos túneis subterrâneos que eles sabiam que as pessoas do galpão conheciam, Saulo por sua vez, ficou um pouco receoso, mas depois de refletir acabou por aceitar ajuda-los.
 Logo após comerem, Saulo os acompanha até o local onde iriam dormir.

 - Vocês podem descansar aqui, daqui algumas horas estaremos pronto para partir.

 Eles entraram dentro do quarto, tinha três camas comuns e um banheiro, tomaram banho de água quente e colocaram roupas limpas e foram se deitar, felizes por descansarem agora depois de uma cansativa viagem.

 - Marcus? - diz o garoto, o homem o olha – Por que sua mulher e filha foram presas?

 O Silêncio predomina no ambiente, mas ele acaba decidindo por contar a verdade.

- Na realidade, ela não foi presa, e sim, foi capturada com suspeitas de ser a Paciente Zero.
- Paciente Zero? Como assim?
- Quando os ataques começaram, os invasores não sabiam ao certo se 100% da população iria sofrer os efeitos colaterais, e como ela não demonstrou sintomas aparentes, os agentes da U.R.C.I. Decidiu captura-la e estuda-la.
- E o que isso tem a ver com sua filha?
- Eles acham que se minha mulher for imune ao vírus, milha filha pode ser também, acham que pode ser hereditário.
- Quantos anos sua filha tem?
- 5 anos.
- Pronto, agora chega, vamos descansar – disse a Anna, cortando o papo dos dois.
- Calma... eu tenho uma última pergunta.

 Os dois ficam quietos esperando o David prosseguir e tirar sua dúvida.

- Se existe mesmo um Paciente Zero, será que através dele é possível fazer uma cura para os infectados?

 Marcus fica pensativo por alguns instantes e Anna olha de um para o outro, curiosa sobre este novo nível de conversa.

- Bom, considerando as possibilidades, acho que poderiam sim fazer uma cura, porém, acho que o ditador desse país assim como os invasores, eles tem outras prioridades.
- Que outras prioridades? - perguntou Anna indignada com o que acabara de ouvir.
- Talvez ele queira melhorar a imunidade de seu exército caso outra guerra aconteça.
- E existe essa possibilidade? - pergunta o garoto se contendo para não chorar, talvez lembrando o que aconteceu com seus pais.
- Sim – respondeu ele – está tudo muito quieto, estão aceitando tudo de cabeça baixa, talvez virá mais uma guerra por aí.

 As horas foram longas, Anna e David conseguiram descansar bastante, mas o Marcus não pregou o olho preocupado com o que poderia vir a seguir. Depois de algumas horas, Saulo apareceu acordando eles, pedindo para se aprontarem para poder partirem.
 Eles estavam andando por um túnel bem iluminado mas desprovido de qualquer meio de transporte que os fizesse andar mais rápido, o ar ali embaixo era um pouco mais espesso e não circulava muito, se andassem rápidos demais poderiam ficar com falta de ar.

- Chegamos, é aqui. - disse Saulo apontando para uma porta de aço, e ao lado dela tinha um pequeno identificador com uma pequena luz vermelha para abri a porta.

 Saulo se aproximou do identificador, abriu uma tampinha, apertou alguns números no teclado numérico, e colocou o polegar e após alguns segundos a luz vermelha fica verde, e a porta de aço corre para esquerda, todos eles passam e em seguida se encontram em um corredor com diversas portas se alternando em cada lado, quando chegaram ao fim do corredor, tinha um espaço que não era visto de longe, um lugar vago, todos se acomodaram ali, 5 segundos depois o chão em que eles pisavam começava a subir e logo eles estavam em um salão amplo não muito melhor que o do galpão abandonado, existiam algumas pessoas ali também, mas que estavam ocupadas demais para ver quem eram os estranhos, Saulo os leva para fora do galpão, e a paisagem não era muito diferente da anterior também.

- Bom, vou deixar vocês aqui, estão vendo aquele carro? - apontando para um automóvel azul escuro – O Motorista vai dar uma carona para vocês para a estação do Trem Bala mais próxima, assim vocês podem descer no Amazonas e se conseguirem, de lá podem ir para a Amazônia.
- Obrigado! - disse Marcus, Anna assentiu.
- Mas cuidado, durante todo trajeto os trens são muito bem monitorados e nada passa desapercebido por eles.

 Eles olham um para o outro já imaginando o que poderia acontecer se fossem pegos.

- Pegue, isso é para vocês três - entregando três bilhetes – É a passagem do trem bala até o destino de vocês.

 Eles olham surpresos para o Saulo, pois imaginavam que seria mais difícil pegar o trem bala, talvez entrar clandestinamente em um vagão. Após se despedirem, eles entram no carro para seguir viagem que durou apenas algumas poucas horas, passaram por diversas paisagens industriais e arranha-céus que agora são mais comuns e vistos em qualquer parte do mundo. O Carro estaciona em uma vaga á uma quadra da estação do trem bala.

- David, você não poderá levar seu cachorro, acho que não é permitido animais circulando pelos vagões e se fossemos levar ele numa gaiola pelo compartimento de cargas, talvez iriamos chamar muita atenção. - diz o Marcus tentando alerta-lo.
- Ele está acerto. - confirmou Anna.
- O que eu vou fazer com ele? - olhando seu cachorro e tentando pensar em alguma saída. - Já sei!

 Ele pega seu cachorro, que não era de uma raça grande e sim um pequeno vira-lata, e colocou dentro da mochila que estava em suas costas, Marcus e Anna não vendo problema nisso, decidiram seguir em frente, eles descem e caminham sem chamar a atenção. Não demoram muito até que entraram dentro da estação, do saguão principal, é anunciando que faltam 10 minutos para o trem chegar, a viagem até a Amazônia iria durar 1 dia, pois ele passa por diversos pontos de vários estados. Quando o trem chega eles embarcam receosos, o trem parti dali, uma pessoa próxima deles começa a tossir dentro do vagão, o que deixa os intrusos suando frio e que notassem a presença dele, o cachorro começa a se revirar dentro da mochila o que chama atenção do Marcus, em uma ponta do vagão aparece uma pessoa checando os bilhetes dos passageiros com uma máquina em suas mãos.

- Temos que sair daqui. - apressando-se e puxando David e Anna para outro vagão, que o seguiram sem resmungar.

 Eles trocam de vagão, param de andar por que no refletor mostrava uma noticia que chamou a atenção deles, um galpão estava sendo bombardeado, mas os rebeldes já esperavam por isso e revidavam a altura com uma artilharia pesada e ao que parecia os agentes da U.R.C.I. e os soldados do governo não esperavam por essa recepção.

- O que será... - iria falar a Anna quando foi interrompida.
- Shhhhh! - fez o Marcus e ela se calou – Vamos andando.

 Caminhavam rapidamente e chegaram nos vagões-dormitórios, acharam um vazio, adentraram e se trancaram lá dentro, Marcus colocou o ouvido na porta para se certificar de que não tinha ninguém passando para que não pudessem ouvir a conversa entre eles.

- Como será que eles descobriram o galpão dos rebeldes? - perguntou Anna curiosa e assustada.
- Talvez o carro que usamos tinha um rastreador - respondeu Marcus.

 O Garoto os observava com atenção para entender o que aquilo significava, ele abriu sua mochila e o cachorro colocou a cabeça para fora para respirar melhor. Eles se acomodaram cada um em uma cama mas não conseguiram dormir pois estão preocupados, cada segundo de desatenção pode custar-lhes a vida, então ficaram sempre alertas para qualquer coisa fora do normal, mas nada aconteceu e os três acabaram pegando no sono. Algum tempo depois, eles são acordados com uma agitação no corredor onde passos apressados são ouvidos, Anna e Marcus ficam imóveis, tentando ouvir alguma coisa mas nada escutam, Marcus se levanta e abre um pouco a porta e tenta ver ou escutar alguma coisa e depois de alguns segundos de observação ele fecha.

- Eles estão vasculhando os dormitórios!
- Será que nos descobriram? - diz Anna olhando para o David que continuava dormindo.
- É uma possibilidade, por isso, precisamos agir, caso alguma coisa aconteça.
- Já sei! - Ela olha para ele determinada a vencer mais esse desafio que os cercam.
- O que pretende fazer? - pergunta ele curioso.
- Simples, quando ele entrar aqui, você vai estar escondido, e ele só vai ver eu e uma criança, na primeira oportunidade nós acabamos com ele, e depois você pega a roupa dele e escondemos o corpo e tentamos dar o fora daqui.

 Mesmo não concordando com esse plano, Marcus se esconde, apesar do dormitório ser pequeno e apertado, ele conseguiu se manter fora de vista de alguém que entrasse no dormitório. Alguém do lado de fora do quarto tenta entrar, a porta abre.

- Desculpe senhorita, mas em breve chegaremos no destino, e estou aqui para me certificar de que seu bilhete é válido e se não há nenhum invasor infectado escondido por aqui.

 Anna lhe entrega seu bilhete e o do David, ele os insere, um de cada vez, em seu pequeno equipamento que emitiu um sinal de verde, significando que os cartões são válidos.

- Por favor, coloque o dedo indicador aqui – ela o olha sem entender – é um exame rápido de sangue, que vai constatar se você não foi infectada e o resultado aparece em apenas 30 segundos. - ele se aproxima dela se afastando da porta.
- É obrigatório esse exame? Pois você poderia me deixar passar sem esse exame, e eu te pagaria muito bem – levantando um pouco sua camisa e deixando o umbigo a mostra, o funcionário do trem se aproximou um pouco mais e ela levantou a camisa toda – você aceita?

 Ele a coloca contra a parede e a vira de costas com a mesma velocidade encostando seu corpo no dela, coloca suas mãos na cintura dela e cheira seu cabelo. Ele é forçado a girar na direção contrária de repente e leva um soco de direita e uma joelhada, e cai de joelhos com dor, com um único e rápido movimento, Marcus quebra o pescoço dele, e o corpo cai no chão. David acordou com o baque surdo do corpo caindo no chão e Marcus já estava se despindo e trocando de roupa com o sujeito enquanto Anna verificava se o corredor estava vazio. Eles escondem o corpo na cama, como se fosse alguém nu dormindo, colocam o cachorro na mochila, e Marcus sai na frente, depois de alguns segundos David e Anna o seguem, passando pelos bancos e olhando pela janela percebem que o dia está amanhecendo e a paisagem mudou completamente ao lado de fora, onde o verde é muito mais frequente. Próximo a porta de saída do trem tinha um painel que informava onde eles estavam e quanto faltavam para chegar no seu destino, por sorte, estavam a cinco minutos da estação de destino deles, e a paisagem já mudava, já dava para ver altos prédios, pessoas andando com pressa ao lado de fora e placas com nomes de comércios que não estavam escritos em português.

- Vocês aí! Parados! - gritou uma voz logo atrás deles.

Eles olharam um para o outro e sem pensar duas vezes, começaram a correr, acordando pessoas que estavam dormindo e derrubando bandejas e bagagens  pelo caminho. Quando o trem pára, eles rapidamente saltam para fora dele e continuam correndo, passando por corredores de pessoas quando eles param de repente, a frente deles tinham cinco homens engravatados com um fone branco em um dos ouvidos e usavam óculos escuro e seguravam neutralizadores.

- E agora? - disse a Anna espantada.
- Vamos dar a volta por ali. - apontando com a cabeça para um corredor menor.

 Desistiram de prosseguir e correram para o corredor menor, alguns disparos são feitos e um estrondo é ouvido, David se vira e de olhos arregalados grita “Não”, Marcus pára de correr para ver o que aconteceu e vê sua cunhada, Anna, caída no chão e tremendo, devido ao efeito do neutralizador.

- Vamos, eles a pegaram, não podemos fazer mais nada por ela agora. - disse ele puxando o David pelo braço.

 Correndo sem parar e sem olhar para trás , ele seguem em frente, entrando por uma porta de manutenção que estava fechando, Marcus impede ela de se trancar, quando entraram eles perceberam que ela da acesso aos corredores internos da estação do trem-bala, depois de correr por mais algum tempo, eles encontram uma porta que é uma saída para o estacionamento, eles saem por ela e se misturam entre os carros.

- Despistamos eles, eu acho – Marcus estava ofegante, e se abaixou para se esconder de possíveis câmeras ou testemunhas.
- Ops! O que são aquelas pessoas vindo naquela direção? - disse David.

 Rapidamente se levantaram e correram na direção oposta, virando uma coluna, Marcus viu outro grupo de pessoas que procuravam por eles, como eles não tinham visto o garoto ainda, ele voltou um pouco e empurrou  o garoto entre os carros e se afastou da cena, o menino engatinha para longe dali, segundos depois, ele só ouviu passos pesados, zunidos e um estrondo de algo caindo sobre um capô de um carro e então o silêncio.
 Ninguém mais encontrou o garoto no estacionamento, ele conseguiu fugir, e entrou clandestinamente em caminhões de cargas e foi para a Amazônia. Não demorou muito tempo até que alguém o encontrasse, ele estava em uma pequena floresta com seu cachorro, a última que sobrou do desmatamento. Eles tiraram o menino dali e levaram para seu quartel general, de longe, seu cachorro assistia a tudo, começou a choramingar e uivar de tristeza por ter perdido seu dono, seu melhor amigo. No Quartel General foram feito exames no garoto, pois se ele estava infectado, ele já deveria ter morrido, em criança o vírus é mortal, mas os cientistas ficaram surpresos, apesar de tudo, ele não estava infectado, nem sequer o vírus tinha se desenvolvido, fizeram outros exames e descobriram que ele era o Paciente Zero. Foi uma surpresa, contactaram seus superiores pedindo instruções, e então foi informado que eles deveriam criar uma imunidade para os soldados, não era uma vacina, era algo mais complicado, algo que demandava do garoto muito mais do que ele poderia dar, mesmo contra a vontade, seu sangue era precioso, a partir dele poderiam melhorar a imunidade dos soldados com anticorpos, mas em uma quantidade limitada, e isso custaria um preço muito alto, a vida de David.

FIM.

Conto de minha autoria.
Raphael Gama

terça-feira, janeiro 26, 2010

Tirinhas do Jaka

Existe um site na internet, o Strip Generator, o tempo que eu usava este site, ele era bem amador, soube que um tempo atrás ele estava em construção para melhorar algumas de suas funções,seu funcionamento era bem simples, onde podemos criar tirinhas de quase todos os tipos bem faceis, eu fiz duas quase um ano atrás, uma é esta abaixo:

 
  P.S.: Para melhor visualização da imagem clique sobre a imagem.

 Vou postar a outra tira que eu fiz, na semana que vem, se eu fizer outras também postarei aqui. Quem não me conhece, deve achar que eu tenho uma certa tara por Jacas (risos), mas a verdade é que ela me da muitas ideias, e este personagem é uma delas, um super-herói com poder inútil, o de invocar jacas, e tenta de diversas maneiras salvar o mundo, mas sempre se dá mal, pois ninguém lhe conhece e seu poder não é lá essas coisas, mas como ele é brasileiro, ele não desiste nunca.

Até mais.

domingo, janeiro 24, 2010

Dica da Semana: Ilusões de Ótica - Pt 1

 Não estranhem o post de hoje, afinal, Ilusões de Ótica, também são uma forma de arte, e por que não uma forma de nos inspirar a escrever? (eu particulamente me senti tentado a escrever alguns contos quando vi algumas imagens abaixo). Eu recebi por e-mail estas imagens, tenho outras guardadas aqui, que depois posto também. Olhe estas imagens abaixo e me digas o que vê ou o que não vê:






E então, é ou não é inspirador? Em breve posto mais uma sessão de imagens deste tipo.

Boa semana á todos!
Raphael Gama

sábado, janeiro 23, 2010

Resenha: O Diário da Princesa (Meg Cabot)




Livro escrito pela famosa escritora do mundo Teen "Meg Cabot", autora de vários best-sellers, inclusive, alguns viraram filmes pela Disney, Diário da Princesa (1 e 2) são alguns exemplos.
 Com uma abordagem infanto-juvenil e narrativa diferente, apesar de ser muito simples, através de páginas de um diário, ela nos mostra a vida de uma garota comum, que se acha feia e que gosta do garoto mais popular de sua escola, e de um dia para o outro seu pai revela, depois que descobre que não pode mais ter filhos, que ela é uma princesa e que teria que se comportar como tal.
 A história tem vários clichês, como puderam reparar. O Livro não é muito original neste aspecto mas a história se torna interessante quando a princesa descobre que sua mãe tem um namorado, que por ventura é o professor dela, e também duas amigas delas ajudam a salvar a história, pois são interessantes, uma é de uma cultura diferente da nossa e a outra é uma nerd engraçadamente obssessiva, entretando o livro serve apenas como entretenimento, diversão, não é uma obra cheia de detalhes mas é uma leitura agradável.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Black Rocket Recruta Escritores de FC



  A Revista Digital Black Rocket está se preparando para lançar a quinta edição da Black Rocket entre o final de fevereiro e começo de março com o tema "Os Sete Pecados Capitais".

 Para essa edição serão reservados um dos pecados mais "interessantes" para escritores de FC que queiram fazer parte de tripulação... a IRA.

 E o que o autor felizardo que tiver seu conto escolhido para fazer parte dessa nova edição da revista ganhará? Simples, o que escritores mais desejam, que seus contos sejam lidos por muitos apreciadores da boa FC. Para vocês terem uma idéia, a edição de natal da Black Rocket que está disponível no link http://www.blackrocket.com.br (sim, agora eles tem um domínio próprio) já teve, em menos de um mês no ar, 5 mil downloads diretos!

 Então o desafio é simples. Envie seu conto de ficção científica com a temática "Ira" para eles e torça para seu conto ser escolhido. A limitação de tamanho é apenas para o tamanho mínimo, uma página padrão de Word... se seu conto tiver 3, 5 ou 10 páginas, sem problemas, sendo o melhor dentre os enviados, publicaremos, o prazo de envio é 10/02/10.

 Enviem seus contos para o email revistablackrocket@gmail.com e boa sorte.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Joaquim Nabuco de Araújo

 Em 15 de Junho de 2009 foi promulgada a Lei Federal nº 11.946, que instituiu o ano de 2010 como Ano Nacional Joaquim Nabuco, tendo como referência o centenário da morte do pensador, escritor, diplomata, político e abolicionista pernambucano.
 Diversas atividades estão sendo programadas na rede estadual de ensino de Recife, envolvendo a divulgação da vida e obra de Joaquim Nabuco.


Um pouco sobre a vida de Joaquim Nabuco




 Há 100 anos, morreu um dos homens mais lutadores da nossa história, Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo, sem ele, o mundo da ética, da luta pelos direitos humanos e da diplomacia ficou mais pobre. A indignação contra a escravidão havia encontrado uma voz, que ecoaria pelo País e até no Exterior.
  Abolicionista, membro fundador da Academia Brasileira de Letras e primeiro embaixador brasileiro nos EUA, Joaquim Nabuco mostrou, desde cedo que sua carreira profissional envolveria uma postura libertária em prol dos menos favorecidos.
  Pernambucano de recife, nasceu em 19 de agosto de 1849 e já trazia na origem a distinção. Filho do senador José Tomás Nabuco de Araújo e de Ana Benigna Barreto Nabuco de Araújo, irmã do Marquês do Recife, Francisco Pais Barreto.
 Estudou no Colégio Pedro II bacharelando-se em Letras. Em 1865 seguiu para São Paulo, onde fez os três primeiros anos de Direito, retornando então a terra natal, para formar-se em 1870.
 Atraído pela política, foi eleito deputado geral por sua província, vindo então a residir no Rio. Sua entrada para a Câmara marcou o inicio da campanha do Abolicionismo, que logo se tornou causa nacional.
 De 1881 a 1884, Nabuco viajou pela Europa e em 1883, em Londres, publicou o livro, O Abolicionismo, onde procurava difundir os ideais contrários a escravidão.
 De regresso ao país foi novamente eleito deputado por Pernambuco, retomando posição de destaque da campanha abolicionista, que cinco anos depois seria coroada de êxito.
 Ao ser proclamada a República, em 1889, permaneceu com suas convicções monarquistas. Retirou-se da vida pública para se dedicar à sua obra e ao estudo.

 Nessa fase de afastamento voluntário, vivendo no Rio de Janeiro, que Nabuco estreitou relações de amizade com altas figuras da vida literária brasileira como Machado de Assis, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça. Desse convívio nasceria a Academia Brasileira de Letras, em 1897.
 Em 1900, o então presidente Campos Sales conseguiu convencê-lo a aceitar o posto de enviado extraordinário e ministro em missão especial em Londres, na questão do Brasil com a Inglaterra, a respeito dos limites da guiana Inglesa. Em 1901 atuou em missão ordinária como Embaixador do Brasil em Londres, e a partir de 1905, em Washington, nos EUA.
 Em 1906, veio ao Rio para presidir a 3º Conferência Pan-Americana. Em sua companhia veio o secretário de Estado norte-americano Elihu Root. Ambos eram defensores do pan-americanismo, no sentido de uma ampla e efetiva aproximação continental.
 Em 1909, fez uma viagem oficial a Havanna, para assistir à restauração do governo nacional de Cuba. O seu prestígio perante o povo e o governo norte-americano era manisfetado em expressões de admiração de diversas personalidades famosas da época.
 Quando faleceu, em Washington, no dia 17 de janeiro de 1910, seu corpo foi conduzido, com solenidade excepcional, para o cemitério da capital norte-americana. E depois foi transladado para o Brasil, no cruzador North Caroline.
 Do Rio de Janeiro foi transportado para o Recife, seu berço. Em 28 de setembro de 1915, Recife reverenciou seu filho ilustre inaugurando uma estátua em uma de suas praças públicas.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Frases

Abaixo cito algumas frases de minha autoria, que escrevi um tempo atras quando estava inspirado, seja por qualquer motivo, segue:


"Todas as falsas mentiras se tornam verdades incorrigiveis."

"O Nada é o vazio elevado a zero onde podemos recolher nossa insignificância."

"Á Espera de um novo dia, onde amores perdidos serão meras recordações e as dores e feridas de um passado indulgente se cicatrizarão."


Quando eu escrever mais alguma frase, postarei aqui no meu blog! ^^

Abraços,
Raphael Gama

Roteiro: Série "GUEST"

Olá Pessoal! Como alguns já sabem eu escrevo, além de contos, roteiros para séries de TV, a série GUEST, é uma delas, apesar de ainda ter poucos episódios, mas que escreverei mais alguns em breve, nome da série é em inglês por não se passar no Brasil, enfim, um breve resumo sobre o que se trata a série.

 "Algumas pessoas, dentre elas tem crianças, se encontram em um local fechado e que tem que confrontar com seus piores pesadelos, ao mesmo tempo, vemos FlashBacks da vida delas antes de entrar neste lugar, e assim, em breve saberemos os motivos ou o que os levaram ali."

Série de terror, e que chamou atenção de alguns leitores pelo tema apesar de alguns acharem parecido com "Jogos Mortais", o que eu - como escritor da série - discordo, parecida? Um pouco, talvez, mas igual? Jamais! Afinal existem hoje em dia dezenas de filmes em que pessoas são mantidas presas em algum lugar por algum motivo, não é mesmo? Eu tenho como referência diversos filmes, não só "jogos mortais" como foi especulado.


Série: GUEST




1º Temporada:

1x01 - Pilot (My Guests)
Link para ler: Clique aqui!

1x02 - You are mine
Link para ler: Clique aqui!


Em breve, posto os outros episódios aqui que pretendo escrever!

Para quem quiser saber mais, como fotos de personagens dos atores que imaginei para o elenco dessa série, entre no site oficial citado abaixo.

Site Oficial

Até mais! Abraços.
Raphael Gama

domingo, janeiro 17, 2010

Teoria: A Terra está parando



 Como todos sabem, a cada dia que passa surgem dezenas de teorias espalhadas por aí, hoje é a vez da teoria "A Terra está parando", não entendo muito do assunto, mas um geofísico chamado Joseph Jankowski que declarou, no Alaska, que a rotação do planeta está desacelerando rapidamente, e que ela vai parar daqui a três anos. Verdade ou mito? Mas, verdade seja dita, dá um bom conto esta teoria (ou estudo?)!


Confiram a reportagem completa neste link:
http://www.pop.com.br/popnews/noticias/poptrash/306568.html




Vou colar e copiar a reportagem aqui caso ela venha a desaparecer do site, segue:

A cada dia que passa, alguém descobre mais uma evidência de que o mundo vai acabar. Dessa vez foi o geofísico Joseph Jankowski, que declarou, no Alaska, que a rotação do planeta está desacelerando rapidamente, e que ela vai parar daqui a três anos.

Segundo o cientista, a desaceleração vai tornar os dias e as noites cada vez mais longos até a parada total, e causará enchentes, terremotos e muita fome.

“É de longe o maior problema imediato da humanidade”, disse o pesquisador.

Os cientistas desconfiam há tempos que a rotação da Terra está ficando mais lenta. Estima-se que há três bilhões de anos, o dia durava 13 horas. Hoje, uma rotação completa em seu eixo leva 23 horas, 56 minutos e 4, 091 segundos.

As teorias mais antigas apontavam que os dias estavam ficando apenas 0,002 segundos mais longos a cada século. Mas agora, sistemas de medição mais sofisticados mostram um cenário muito mais dramático.

“No verão de 2011, um dia vai durar 38,6 horas”, disse Jankowski. Segundo seus cálculos, o mundo vai parar no dia 16 de Janeiro de 2013. Isso é, se não tiver acabado dia 21 de Dezembro de 2012, como preveem profecias e filmes ruins.

Com o fim da rotação, teremos um dia permanente num lado do planeta, e uma noite eterna no outro. “Os azarados que acabarem no lado escuro da Terra estarão num mundo cinzento e gelado. Todas as plantas morrerão em semanas, e a fome será inigualável”.

Mas quem acabar no lado ensolarado também não terá sorte. As placas continentais vão se mexer, e terremotos e tsunamis de proporções catastróficas matarão bilhões. O ciclo de vida de animais e plantas também será totalmente afetado pelo dia incessante, criando uma bola de neve de descontrole do ecosistema.

A maioria dos cientistas diz que não há motivos para pânico até que o fenômeno seja estudado com profundidade, mas Jankowski avisa: os governos deviam começar a pensar em como reagir diante dessa catástrofe inevitável o quanto antes.



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Até mais!

Dica da Semana: "Ponte para Terabítia"


 O Filme foi lançado aqui no Brasil dia 16 de março de 2007. Ponte para Terabítia é um livro infantil escrito por Katherine Paterson, publicado em 1977, e vencedor do Newbery Medal em  1978.


A partir daqui tem Spoilers!!!! Se não gosta, não leia!



 Ponte para Terabítia conta a história de Jesse Aarons, um garoto do interior dos Estados Unidos muito tímido e solitário, rejeitado pelo pai e o único garoto de uma família pobre de cinco filhos. May Belle, sua segunda irmã mais nova, parece ser a única pessoa que gosta dele.
 Leslie Burke era uma garota bem moderna e filha única de escritores, aos quais era muito ligada. Ela antes morava na cidade grande, mas mudou-se para o campo e acabou vizinha de Jess. Leslie nunca assistira televisão na vida, pois seus pais achavam que fazia mal para o cérebro.
 Jess e Leslie se tornam amigos muito próximos, embora Jess não tenha gostado muito dela no começo (principalmente porque ela o vencera numa corrida). Essa amizade se formou devido do fato de viverem bem próximos, e também por eles serem perseguidos pelos valentões da escola, Janice Avery e Gary Fulcher, por serem considerados 'esquisitos'.
 Leslie tinha uma imaginação muito fértil, e Jess uma grande paixão secreta por desenho. Com essa duas coisas, acabam criando Terabítia, uma terra num bosque próximo da casa deles apenas para eles dois, em que se nomearam rei e rainha. Para chegar lá, eles atravessam um pequeno riacho numa corda bem grossa, pendurada numa árvore às margens do riacho. No Natal, Jess dá para Leslie um cãozinho, a que ela dá o nome de Príncipe Terrian (ou P.T.), para ajudá-los a lutar contra os "monstros" que querem roubar Terabítia deles.
 Jess tem uma paixão platônica por sua professora de música, Miss Edmunds, que adora os desenhos que o garoto faz. Um dia ela o leva para um museu museu (ele nunca tinha estado em um antes), mas o desenhista não quis convidar Leslie, que resolve ir a Terabítia sozinha. Quando chega em casa, Jess descobre que sua única e melhor amiga morreu afogada ao atravessar o riacho, pois a corda arrebentou e ela caiu nele - naquela época o riacho estava com as águas muito altas - desmaiando e se afogando ao bater com a cabeça em uma das pedras.
 Jess decide ir a Terabítia sozinho com P.T. para fazer uma cerimônia em memória da garota. Mas o garoto ouve um barulho e descobre que foi seguido por May Belle. A garotinha queria apenas ajudar o irmão, mas ele, ainda extremamente abalado com a morte da amiga, fica irritado e grita muito grosseiramente com ela, que fica muito triste.
 Os pais de Leslie resolvem se mudar, levando P.T., mas deixando os livros de Leslie e um pouco de madeira para Jess. Ele, então, com a madeira constrói uma ponte sobre o riacho, para que ninguém mais se acidente, e tenta se reconciliar com May Belle, coroando-a princesa de Terabítia.


Acabaram-se os Spoilers!!! Pode ler a partir daqui...


 Esse livro tenta passar ao adulto a sensação de imaginar algo totalmente diferente do que vivemos sem esquecer o mundo real. A morte da garota foi o grande motivo para fazer o garoto crescer na vida real, fez com que se aproximasse do pai, e amar a sua irmã mais nova, a ponto de lhe ensinar tudo o que a garota que ele gostava ensinou com a sua mente aberta.
 Então, nem preciso dizer que o livro e o filme são super recomendados, não é mesmo? Leia e veja o filme, você vai se emocionar tanto quanto eu, história fantasiosa mas super real e que é MUITO diferente do que tem no mercado, é algo que tem que ver para crer! Eu recomendo.



Abraços,
Raphael Gama

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Resenha: Formaturas Infernais (Autoras Diversas)


 Livro de contos escrito por cinco escritoras diferentes que como o título do livro diz, os contos são sobre "Formaturas", não comuns, e sim "Infernais".
 Como o livro são de cinco escritoras diferentes e cada um contribuiu com um conto, então, acho melhor falar um pouco de cada um deles separadamente, segue:

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=> A Filha da Exterminadora
=> (por Meg Cabot, mesma autora de Diário de Princesa; Série A Mediadora; e outraz dezenas de títulos distrubidos em séries e poucos outros unicos)

 Este conto fala sobre A Filha da Exterminadora (como o prório título já diz) onde ela tem a árdua tarefa de exterminar vampiros e outros espiritos do mal. Já era de se esperar que o estilo de escrita (em primeira pessoa, alternando entre dois personagens), acontecimentos decorrenters e alguns outros pequenos detalhes aparecessem neste conto.
 O que não gostei muito foi do final, durante o texto, achava estranho e queria ver se iria aparecer tudo o que o conto estava se propondo a fazer, mas me decepcionei. A tal formatura não tinha nada de infernal, eu confesso que esperava mais dessa escritora.


=> O Buquê
=> (por Lauren Myracle, desconhecida por mim, mas na orelha do livro diz que ela é autora de vários romances, entre eles o "Rhymes with Wichtes; e os best-sellers [lá no USA] TTYL e TTFN.)

 Conto inspirado em "A Pata do Macaco" por W.W.Jacbos (que por sinal é um bom conto, quem se interessar em ler, tem uma cópia dele no meu Blog: http://tocasombria.blogspot.com/ ) que foi publicado no ano de 1902, como a prória autora faz menção a ele em uma página antes do texto. O Conto dela conta a história de um buquê almadiçoado e que uma garota o consegue. Apesar da idéia passar um pouco batida (quem leu sabe do que to falando), o conto consegue nos prender do inicio ao fim (apesar das falas idênticas ao conto original). No entanto seu final, foi indolor, ou seja, quando vimos já acabou, poderia ter sido melhor.


=> Madison Avery e a Morte
=> (por Kim Harrison, autora de titulos ainda não publicados no Brasil, como: Dead Witch Walking; The Good, the Bad and the Undead; Every Which Way but Dead e A Fistful of Charms)

 Escrito em primeira pessoa, através apenas de uma personagem. Sem sombras de dúvidas, este é um dos melhores contos do livro, como já de se esperar, pois o próprio titulo diz, fala sobre "A Morte" como uma personagem importante do livro. Gostei bastante, me mostrou um lado da morte que até então nunca tinha lido algo parecido. Mas não sei o que acontece com os contos até agora, todos os seus finais são indolores, poderiam ter escrito mais algumas páginas e nos contar um final decente ao invés de deixar a idéia apenas como um tira-gosto.


=> Salada Mista
=> (por Michele Jaffe, desconhecida por mim, na orelha do livro diz que ela é autora de: Bad Kitty, assim como os de romances: Bag Girl e Loverboy).

Bom, acho que de longe é o conto mais inapropriado para este livro, acho que a autora não entendeu quando recebeu o convite para participar deste livro intitulado "FORMATURAS INFERNAIS", de infernal não tem nada. Este conto fala sobre uma garota com super poderes que ainda mal compreende mas que já anda por aí salvando vidas, e neste conto ela tenta salvar uma menina, que aparentemente tem um dom. Enfim, não curti, queria algo mais pesado, algo infernal. Mas...


=> Inferno na Terra
=> (por Stephenie Meyer, autora de Crepúsculo e suas continuações).

Meyer me surpreendeu com este conto. Narrativa em terceira pessoa (completamente diferente de crepúsculo e afins), e claro, foi o que mais se aproximou do tema do livro: Formaturas Infernais, o conto se passa o tempo inteiro numa formatura e que fala da presença de um "diabo" na festa que atormenta (de leve apenas) a vida da garotada e que no fim acaba se apaixonando por um meio-anjo, mesmo a contra gosto. Um bom conto, só acho que poderia ter pego um pouco mais pesado, acho que ninguém se importaria.

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No geral, o livro não é o que DEVERIA ser, são apenas histórias leves, fracas e que não metem medo algum (ou a proposta era dormir durante os contos?), então, se tem medo e tinha dúvidas em comprar, sinta-se a vontade, mas se você espera algo realmente assustador e que faça você perder o sono, você não vai gostar, CERTEZA! O Livro é bom para escritores iniciantes, pois nele você encontra diversas narrativas na qual você pode treinar depois com uma história de autoria sua.

Abraços, até a próxima!

domingo, janeiro 10, 2010

Nova Coletânea: "Brinquedos Mortais"



Tibor Moricz e Saint-Clair Stockler em parceria com a Editora DRACO convida os escritores a enviar seus textos (inéditos) para participarem desta nova coletânea, serão escolhidos 4 autores que se juntarão a mais outros 8 previamente convidados a se unirem a um grupo de 12, são eles:

Ataíde Tartari, Braulio Tavares, Carlos Orsi Martinho, Lúcio Manfredi, Luis Brás (heterônimo de Nelson de Oliveira), Roberto de Sousa Causo, Saint-Clair Stockler e Tibor Moricz.

Essa  coletânea será exclusivamente de ficção científica, tanto hard quanto soft, e ainda em qualquer um de seus subgêneros. O tema será “Brinquedos do futuro” e o título do livro Brinquedos mortais. Excessão feita a quem quiser escrever uma história no subgênero Steampunk ou dieselpunk. Nesse caso, eles aceitam qualquer coisa passada em época vitoriana.

O tamanho dos contos não poderá exceder 12 páginas formato A4, tabulação padrão do Word, fonte Times New Roman, corpo 12, com entrelinhas de 1,5. Eles deverão ser enviados até o dia 28 de fevereiro de 2010 para o e-mail: brinquedosmortais@gmail.com

Para mais detalhes visite:
http://esooutroblogue.wordpress.com/2009/12/02/procuram-se-autores-para-nova-coletanea/

Ou no tópico oficial da Editora Draco no Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=94448366&tid=5413846202624249734&start=1

Sucesso a todos!

Dica da Semana: "A Pata do Macaco"

Conto escrito no ano de 1902 (por W.W. Jacobs) e que inspirou a escritora Lauren Myracle a escrever seu próprio conto intitulado "O Buquê" para o livro "Formaturas Infernais" (Escritoras Diversas) e que logo postarei a minha resenha por aqui dizendo o que achei do livro, para quem se interessar em ler o conto "A Pata do Macaco" o conto está abaixo.




A Pata do Macaco (por W.W. Jacobs):

  Lá fora, a noite estava fria e úmida, mas na pequena sala de visitas de Labumum Villa os postigos estavam abaixados e o fogo queimava na lareira. Pai e filho jogavam xadrez: o primeiro tinha idéias sobre o jogo que envolviam mudanças radicais, colocando o rei em perigo tão desnecessário que até provocava comentários da velha senhora de cabelos brancos, que tricotava serenamente perto do fogo.
    - Ouça o vento - disse o Sr. White, que, tendo visto tarde demais um erro fatal, queria evitar que o filho o visse.
    - Estou escutando - disse o último, estudando o tabuleiro ao esticar a mão.
    - Xeque.
    - Eu duvido que ele venha hoje à noite - disse o pai, com a mão parada em cima do tabuleiro.
    - Mate - replicou o filho.
    - Essa é a desvantagem de se viver tão afastado - vociferou o Sr. White, com um a violência súbita e inesperada. - De todos os lugares desertos e lamacentos para se viver, este é o pior. O caminho é um atoleiro, e a estrada uma torrente. Não sei o que as pessoas têm na cabeça. Acho que, como só sobraram duas casas na estrada, elas acham que não faz mal.
    - Não se preocupe, querido - disse a esposa em tom apaziguador. - Talvez você ganhe a próxima partida.
    O Sr. White levantou os olhos bruscamente a tempo de perceber uma troca de olhares entre mãe e filho. As palavras morreram em seus lábios, e ele escondeu um sorriso de culpa atrás da barba fina e grisalha.
    - Aí vem ele - disse Herbert White, quando o portão bateu ruidosamente e passos pesados se aproximaram da porta.
    O velho levantou-se com uma pressa hospitaleira e, ao abrir a porta, foi ouvido cumprimentando o recém chegado. Este também o cumprimentou, e a Sra. White tossiu ligeiramente quando o marido entrou na sala, seguido por um homem alto e corpulento, com olhos pequenos e nariz vermelho.
    - Sargento Morris - disse ele, apresentando-o.
    O sargento apertou as mãos e, sentando-se no lugar que lhe ofereceram perto do fogo, observou satisfeito o anfitrião pegar uísque e copos, e colocar uma pequena chaleira de cobre no fogo.
    Depois do terceiro copo, seus olhos ficaram mais brilhantes, e ele começou a falar, o pequeno círculo familiar olhando com interessante este visitante de lugares distantes, quando ele empertigou os ombros largos na cadeira e falou de cenários selvagens e feitos intrépidos: de guerras, pragas e povos estranhos.
    - Vinte e um anos nessa vida - disse o Sr. White, olhando para a esposa e o filho. - Quando ele foi embora era um rapazinho no armazém. Agora olhem só para ele.
    - Ele não parece ter sofrido muitos reveses - disse a Sra. White amavelmente.
    - Eu gostaria de ir à Índia - disse o velho - só para conhecer, compreende?
    - Você está bem melhor aqui - disse o sargento, sacudindo a cabeça. Pôs o copo vazio na mesa e, suspirando baixinho, sacudiu a cabeça novamente.
    - Eu gostaria de ver aqueles velhos templos, os faquires e os nativos - disse o velho. - O que foi que você começou a me contar outro dia sobre uma pata de macaco ou algo assim Morris?
    - Nada - disse o soldado rapidamente. - Não é nada de importante.
    - Pata de macaco? - perguntou a Sra. White, curiosa.
    - Bem, é só um pouco do que se poderia chamar de magia, talvez - disse o sargento com falso ar distraído.
    Os três ouvintes debruçaram-se nas cadeiras interessados. O visitante levou o copo vazio à boca distraidamente e depois recolocou-o onde estava. O dono da casa tornou a enchê-lo.
    - Aparentemente - disse o sargento, mexendo no bolso - é só uma patinha comum dissecada.
    Tirou uma coisa do bolso e mostrou-a. A Sra. White recuou com uma careta, mas o filho , pegando-a, examinou-a com curiosidade.
    - E o que há de especial nela? - perguntou o Sr. White ao pegá-la da mão do filho e, depois de examiná-la, colocá-la sobre a mesa.
    - Foi encantada por um velho faquir - disse o sargento -, um homem muito santo. Ele queria provar que o destino regia a vida das pessoas, e que aqueles que interferissem nele seriam castigados. Fez um encantamento pelo qual três homens distintos poderiam fazer, cada um, três pedidos a ela.
    A maneira dele ao dizer isso foi tão solene que os ouvintes perceberam que suas risadas estavam um pouco fora e propósito.
    - Bem, por que não faz os seus três pedidos, senhor? - disse Herbert White astutamente.
    O soldado olhou para ele como olham as pessoas de meia-idade para um jovem presunçoso.
    - Eu fiz - disse ele calmamente, e seu rosto marcado empalideceu.
    - E teve mesmo os três desejos satisfeitos? - perguntou a Sra. White.
    - Tive - disse o sargento, e o copo bateu nos dentes fortes.
    - E alguém mais fez os pedidos? - insistiu a senhora.
    - O primeiro homem realizou os três desejos - foi a resposta. - Eu não sei quais foram os dois primeiros, mas o terceiro foi para morrer. Por isso é que consegui a pata.
    Seu tom de voz era tão grave que o grupo ficou em silêncio.
    - Se você conseguiu realizar os três desejos, ela não serve mais para você Morris - disse o velho finalmente. - Para que você guarda essa pata?
    O soldado meneou a cabeça.
    - Por capricho, suponho - disse lentamente. - Cheguei a pensar em vendê-la, mas acho que não o farei. Ela já causou muitas desgraças. Além disso, as pessoas não vão comprar. acham que é um conto de fadas, algumas delas; e as que acreditam querem tentar primeiro para pagar depois.
    - Se você pudesse fazer mais três pedidos - disse o velho, olhando para ele atentamente -, você os faria?
    - Eu não sei - disse o outro. - Eu não sei.
    Pegou a pata e, balançando-a entre os dedos, de repente jogou-a no fogo.
    White, com um ligeiro grito, abaixou-se e tirou-a de lá.
    - É melhor deixar que ela se queime - disse o soldado solenemente.
    - Se você não quer mais, Morris - disse o outro -, me dá.
    - Não - disse o amigo obstinadamente. - Eu a joguei no fogo. Se você ficar com ela, não me culpe pelo que acontecer. Jogue isso no fogo outra vez, como um homem sensato.
    O outro sacudiu a cabeça e examinou sua nova aquisição atentamente.
    - Como você faz para pedir? - perguntou.
    - Segure a pata na mão direita e faça o pedido em voz alta - disse o sargento -, mas eu o advirto sobre as conseqüências.
    - Parece um conto das Mil e uma noites - disse a Sra. White, ao se levantar e começar a pôr o jantar na mesa. - Você não acha que deveria pedir quatro pares de mão para mim?
    - Se quer fazer um pedido - disse ele asperamente -, peça algo sensato. O Sr. White colocou a pata no bolso novamente e, arrumando as cadeiras acenou para que o amigo fosse para a mesa. Durante o jantar o talismã foi parcialmente esquecido, e depois os três ficaram escutando, fascinados, um segundo capítulo das aventuras do soldado na Índia.
    - Se a história sobre a pata de macaco não for mais verdadeira do que as que nos contou - disse Herbert, quando a porta se fechou atrás do convidado, que partiu a tempo de pegar o último trem-, nós não devemos dar muito crédito a ela.
    - Você deu alguma coisa a ele por ela, papai? - perguntou a Sra. White, olhando para o marido atentamente.
    - Pouca coisa - disse ele, corando ligeiramente. - Ele não queria aceitar, mas eu o fiz aceitar. E ele tornou a insistir que eu jogasse fora.
    - É claro - disse Herbert, fingindo estar horrorizado. - Ora, nós vamos ser ricos, famosos e felizes. Peça para ser um imperador, papai, para começar, então você não vai ser mais dominado pela mulher.
    Ele correu em volta da mesa, perseguido pela Sra. White aramada com uma capa de poltrona.
    O Sr. White tirou a pata do bolso e olhou para ela dubiamente.
    - Eu não sei o que pedir, é um fato - disse lentamente. - Eu acho que tenho tudo o que quero.
    - Se você acabasse de pagar a casa ficaria bem feliz, não ficaria? - disse Herbert, com a mão no ombro dele. - Bem, peça 200 libras, então, isso dá.
    O pai, sorrindo envergonhado pela própria ingenuidade, segurou o talismã, quando o filho, com uma cara solene, um tanto franzida por uma piscadela de olhos para a mãe, sentou-se no piano e tocou alguns acordes para fazer fundo.
    - Eu desejo 200 libras - disse o velho distintamente.
    Um rangido do piano seguiu-se às palavras, interrompido por um grito estridente do velho. A mulher e o filho correram até ele.
    - Ela se mexeu - gritou ele, com um olhar de nojo para o objeto caído no chão. - Quando eu fiz o pedido, ela se contorceu na minha mão como uma cobra.
    - Bem, eu não vejo o dinheiro - disse o filho ao pegá-la e colocá-la em cima da mesa - e aposto que nunca vou ver.
    - Deve ter sido imaginação sua, papai - disse a esposa, olhando para ele ansiosamente.
    Ele sacudiu a cabeça.
    - Não faz mal, não aconteceu nada, mas a coisa me deu um susto assim mesmo.
    Eles se sentaram perto do fogo novamente enquanto os dois homens acabavam de fumar cachimbos. Lá fora, o vento zunia mais do que nunca, e o velho teve um sobressalto com o barulho de uma porta batendo no andar de cima. Um silêncio estranho e opressivo abateu-se sobre todos os três, e perdurou até o velho casal se levantar e ir dormir.
    - Eu espero que vocês encontrem o dinheiro dentro de um grande saco no meio da cama - disse Herbert, ao lhes desejar boa noite - e algo terrível agachado em cima do armário observando vocês guardarem seu dinheiro maldito.
    Ficou sentado sozinho na escuridão, olhando para o fogo baixo e vendo caras nele. A última cara foi tão feia e tão simiesca que ele olhou para ela assombrado. A cara ficou tão vivida que, com uma risada inquieta, ele procurou um copo na mesa que tivesse um pouco de água para jogar no fogo. Sua mão pegou na pata de macaco, e com um ligeiro estremecimento ele limpou a mão no casaco e foi dormir.


II

    Na claridade do sol de inverno, na manhã seguinte, quando este banhou a mesa do café, ele riu de seus temores. Havia um ar de naturalidade na sala que não existia na noite anterior, e a pequena pata suja estava jogada na mesa de canto com um descuido que não atribuía grande crença a suas virtudes.
    - Eu creio que todos os velhos soldados são iguais - disse a Sra. White. - Essa idéia de dar ouvidos a tal tolice! Como é que se pode realizar desejos hoje em dia? E se fosse possível, como é que iam aparecer 200 libras, papai?
    - caindo do céu, talvez - disse Herbert, com ar brincalhão.
    - Morris disse que as coisas aconteciam com tanta naturalidade - disse o pai - que a gente podia até achar que era coincidência.
    - Bem, não gaste o dinheiro antes de eu voltar - disse Herbert, ao se levantar da mesa. - Estou com medo de que você se torne um homem mesquinho e avarento, e vamos ter de renegá-lo.
    A mãe riu e, acompanhando-o até a porta, viu-o descer a rua. Voltando à mesa do café, divertiu-se à custa da credulidade do marido. O que não a impediu de correr até a porta com a batida do carteiro, nem de se referir a sargentos da reserva com vício de beber, quando descobriu que o correio trouxera uma conta do alfaiate.
    - Herbert vai dizer uma das suas gracinhas quando chegar em casa - disse ela, quando se sentaram para jantar.
    - Com certeza - disse o Sr. White, servindo-se de cerveja -, mas, apesar de tudo, a coisa se mexeu na minha mão; eu posso jurar.
    - Foi impressão - disse a senhora apaziguadoramente.
    - Estou dizendo que se mexeu - replicou o outro. - Não há dúvida; eu tinha acabado... O que houve?
    A mulher não respondeu. Estava observando os movimentos misteriosos de um homem do lado de fora, que, espiando com indecisão para a casa, parecia estar tentando tomar a decisão de entrar. Lembrando-se das 200 libras, ela reparou que o estranho estava bem-vestido e usava um chapéu de seda novo.
    Por três vezes ele parou no portão, e depois caminhou novamente. Da quarta vez ficou com a mão parada sobre ele, e depois com uma súbita resolução abriu-o e entrou. A Sra. White no mesmo momento desamarrou o avental rapidamente, colocando-o debaixo da almofada da cadeira. Convidou o estranho, que parecia deslocado, a entrar. Ele olhou para ela furtivamente, e ouviu preocupado, a senhora desculpar-se pela aparência da sala, e pelo casaco do marido, uma roupa que ele geralmente reservava para o jardim. Então ela esperou, com paciência, que ele falasse do que se tratava, mas, a princípio, ele ficou estranhamente calado.
    - Eu... pediram-me para vir aqui - disse ele finalmente, e abaixando-se tirou um pedaço de algodão das calças. - Eu venho representando "Maw&Meggins".
    A senhora sobressaltou-se.
    - Aconteceu alguma coisa? - perguntou ela, ofegante - Acontecem alguma coisa a Herbert? O que é? O que é?
    O marido interveio.
    - Calma, calma, mamãe - disse ele rapidamente. - Sente-se e não tire conclusões precipitadas. O senhor certamente não trouxe más notícias, não é, senhor - e olhou para o outro ansiosamente.
    - Eu lamento... - começou o visitante.
    - Ele está ferido? - perguntou a mãe desesperada.
    O visitante assentiu com a cabeça.
    - Muito ferido - disse. - Mas não está sofrendo.
    - Ah, graças a Deus! - disse a senhora, apertando as mãos. - Graças a Deus! Graças...
    Parou de falar de repente quando o significado sinistro da afirmativa se abateu sobre ela, e ela viu a terrível confirmação de seus temores no rosto desviado do outro. Prendeu a respiração e, virando-se para o marido, menos perspicaz, pôs a mão trêmula sobre a dele. Seguiu-se um demorado silêncio.
    - Ele foi apanhado pela máquina - repetiu o Sr. White, estonteado. - Ah!
    Sim.
    Ficou sentado olhando para a janela e, tomando a mão da esposa entra as suas, apertou-a como tinha vontade de fazer nos velhos tempos de namoro há quase 40 anos.
    - Ele era o único que nos restava - disse ele, voltando-se amavelmente para o visitante. - É difícil.
    O outro tossiu e, levantando-se, caminhou lentamente até a janela.
    - A firma me pediu para transmitir os nossos sinceros pêsames a vocês por sua grande perda - disse ele, sem olhar para trás. - Eu peço que compreendam que sou apenas um empregado da firma e estou apenas obedecendo ordens.
    Não houve resposta; o rosto da senhora estava branco, os olhos parados e a respiração inaudível; no rosto do marido havia um olhar que o amigo sargento talvez tivesse na primeira batalha.
    - Devo dizer que "Maw&Meggins" estão isentos de toda responsabilidade - continuou o outro. - Eles não têm nenhuma dívida com a família, mas, em consideração aos serviços de seu filho, desejam presenteá-los com uma certa soma como compensação.
    O Sr. White largou a mão da esposa e, pondo-se de pé, olhou para o visitante horrorizado. Seus lábios secos pronunciaram as palavras:
    - Quanto?
    - Duzentas libras - foi a resposta.
    Indiferente ao grito da esposa, o velho sorriu fracamente, estendeu as mãos como um homem cego e caiu, desfalecido, no chão.


III

    No enorme cemitério novo, a alguns quilômetros de distância, os velhos enterraram seu morto e voltaram para casa mergulhada em sombras e silêncio. Tudo terminara tão rápido que a princípio nem se davam conta do que acontecera, e ficaram num estado de expectativa como se fosse acontecer mais alguma coisa - algo mais que aliviasse esse fardo, pesado demais para corações velhos.
    Mas os dias se passaram, e a expectativa deu lugar à resignação - a resignação desesperançada dos velhos, às vezes chamada erradamente de apatia. Algumas vezes nem trocavam uma palavra, pois agora não tinham nada do que falar e os dias eram compridos e desanimados.
    Foi por volta de uma semana depois que o velho, acordando subitamente de noite, estendeu o braço e viu-se sozinho. O quarto estava no escuro e o ruído de soluços baixinhos vinha da janela. Ele se levantou na cama e ficou ouvindo.
    - Volte para a cama - disse ele ternamente. - Você vai ficar gelada.
    - Está mais frio para ele - disse a senhora, e chorou novamente.
    O som de seus soluços apagou-se nos ouvidos dele. A cama estava quente, e seus olhos pesados de sono. Ele cochilava a todo instante e acabou pegando no sono, quando um súbito grito histérico da esposa o despertou com um sobressalto.
    - A pata! - gritou histericamente. - A pata de macaco!
    Ele se levantou, alarmado.
    - Onde? Onde está? O que houve?
    Ela correu agitada até ele.
    - Eu quero a pata - disse ela calmamente. - Você não a destruiu?
    - Está na sala, em cima da prateleira - replicou ele atônito. - Por quê?
    Ela chorou e riu ao mesmo tempo e, debruçando-se, beijou-o no rosto.
    - Só tive essa idéia agora - disse ela histericamente. - Por que não pensei nisso antes? Por que você não pensou nisso antes?
    - Pensar em quê? - perguntou ele.
    - Nos outros dois desejos - replicou ela rapidamente. - Nós só fizemos um pedido.
    - Não foi suficiente? - perguntou ele, irado.
    - Não - gritou ela, triunfante; - ainda vamos fazer um.
    Desça, apanhe a pata rapidamente, e deseje que o nosso filho viva novamente.
    O homem sentou-se na cama e arrancou as cobertas de cima do corpo trêmulo.
    - Meu bom Deus, você está louca! Gritou ele, horrorizado.
    - Pegue aquela coisa - disse ela, ofegante -, pegue depressa, e faça o pedido... Ah, meu filho, meu filho!
    O Marido riscou um fósforo e acendeu a vela.
    - Volte para a cama - disse ele, incerto. - Você não sabe o que está dizendo.
    - Nós conseguimos satisfazer o primeiro pedido - disse a senhora, febrilmente. - Por que não o segundo?
    - Foi uma coincidência - gaguejou o velho.
    - Vá buscar a pata e faça o pedido - gritou a esposa, tremendo de excitação.
    O velho virou-se, olhou para ela, e sua voz tremeu.
    - Ele já está morto há 10 dias e, além disso, ele... - eu não queria lhe dizer isso, mas... só consegui reconhecê-lo pela roupa. Se já estava tão horrível para você ver, imagine agora?
    - Traga-o de volta - gritou a senhora, e o arrastou para a porta. - Você acha que tenho medo do filho que criei?
    Ele desceu na escuridão, foi tateando até a sala e depois até a lareira. O talismã estava no lugar, e um medo horrível de que o desejo ainda não expresso pudesse trazer o filho mutilado apossou-se dele, e ficou sem ar ao perceber que perdera a direção da porta. Com a testa fria de suor, ele deu volta na mesa, tateando, e foi-se amparando na parede até se achar no corredor com a coisa nociva na mão.
    Até o rosto da esposa parecia mudado quando ele entrou no quarto. Estava branco e ansioso, e para seu temor parecia ter um olhar estranho. Ele sentiu medo dela.
    - Peça! - gritou ela, com voz forte.
    - Isso é loucura - disse ele, com voz trêmula.
    - Peça! - repetiu a esposa.
    Ele levantou a mão.
    - Eu desejo que meu filho viva novamente.
    O talismã caiu no chão, e ele olhou para a coisa com medo.
    Então afundou numa cadeira, trêmulo, quando a esposa, com os olhos ardentes, foi até a janela e levantou a persiana.
    Ficou sentado até ficar arrepiado de frio, olhando ocasionalmente para a figura da velha senhora espiando pela janela.
    O cotoco de vela, que queimara até a beirada do castiçal de porcelana, jogava sombras sobre o teto e as paredes, até que, com um bruxulear maior do que os outros, se apagou. O velho, com uma imensa sensação de alívio pelo fracasso do talismã, voltou para a cama, e um ou dois minutos depois a senhora veio silenciosamente para o seu lado.
    Nenhum dos dois disse nada, mas permaneceram deitados em silêncio, ouvindo o tique-taque do relógio. Um degrau rangeu, e um rato correu guinchando através do muro. A escuridão era opressiva e, depois de ficar deitado por algum tempo, criando coragem, ele pegou a caixa de fósforos e, acendendo um, foi até embaixo para pegar uma vela.
    Nos pés da escada o fósforo se apagou, e ele parou para riscar outro; no mesmo momento ouviu-se uma batida na porta da frente, tão baixa e furtiva que quase não se fazia ouvir.
    Os fósforos caíram-lhe da mão e espalharam-se no corredor. Ele permaneceu imóvel, com a respiração presa até a batida se repetir. Então virou-se e fugiu rapidamente para o quarto, fechando a porta atrás de si.
    Uma terceira batida ressoou pela casa.
    - O que é isso? - gritou a senhora, levantando-se.
    - Um rato - disse o velho com voz trêmula -, um rato.
    Ele passou por mim na escada.
    A esposa sentou-se na cama, escutando. Uma batida alta ressoou pela casa.
    - É Herbert! - gritou. - É Herbert!
    Ela correu até a porta, mas o marido ficou na frente dela e, pegando-a pelo braço, segurou-a com força.
    - O que você vai fazer? - sussurrou ele com voz rouca.
    - É meu filho; é Herbert! - gritou ela, debatendo-se mecanicamente. - Eu esqueci que ele estava a 10 quilômetros daqui. Por que está me segurando? Me solte. Eu tenho de abrir a porta.
    - Pelo amor de Deus não deixe entrar - gritou o velho tremendo.
    - Você está com medo do próprio filho - gritou ela, debatendo-se. - Me solte. Eu já vou, Herbert; eu já vou.
    Ouviu-se mais uma batida, e mais outra. A senhora com um arrancão súbito soltou-se e saiu correndo do quarto. O marido seguiu-a até a escada e chamou-a enquanto ela corria para baixo. Ele ouviu a corrente chocalhar e a tranca do chão ser puxada lenta e firmemente do lugar. Então a voz da senhora soou, nervosa e ofegante.
    - A tranca - gritou ela alto. - Desça que eu não consigo puxar a tranca.
    Mas o marido estava de joelhos no chão, procurando a pata desesperadamente. Se pelo menos conseguisse encontrá-la antes que a coisa entrasse. Uma série de batidas reverberou pela casa, e ele ouviu o arrastar de uma cadeira quando a esposa a colocou no corredor encostada na porta. Ouviu o ranger da tranca quando esta se destravou lentamente, e no mesmo momento encontrou a pata de macaco, e desesperadamente fez o terceiro e último pedido.
    As batidas pararam subitamente, embora ainda ecoassem na casa. Ele ouviu a cadeira ser arrastada de volta, e a porta se abrir. Um vento frio subiu pela escada, e um gemido alto e demorado de decepção e tristeza da esposa lhe deu coragem para correr até ela e depois até o portão. O lampião da rua que tremulava do outro lado brilhava numa estrada silenciosa e deserta.

FIM.

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É isso espero que tenham gostado da Dica de Leitura.

Até mais! Abraços.
Raphael Gama

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Sobre Caroline Figueiredo em "4 de dezembro"

Vendo este vídeo...



...o que você acha sobre ele?

 Bem, algumas pessoas acham  que esta moça de 20 e poucos anos, atriz, podemos dizer "bem sucedida", as más linguas disseram que ela estava drogada durante o video. Eu creio que não, afinal, só por que uma pessoa acorda inspirada em um certo dia, e no meio de uma caminhada decide gravar um video com uma mensagem libertadora de si própria e postar no youtube pra mostrar para o mundo o que muita gente não quer ver ou entender, já dizem que ela está drogada? Me poupe!
 A Cada dia que se passa eu me decepciono mais com a humanidade, ao invés de ficar falando que ela é drogada por que não vão cuidar de suas vidas e fazer algo que lhe transforme e os ajude a ver a vida de uma maneira diferente? Por que ofender (chamaram ela de muitos nomes de baixo calão também) alguém que se quer fez isso primeiro? Por que as pessoas tem essa mania de querer pré-julgar alguém por alguma coisa que ela faz ou deixa de fazer? Mesmo se ela estivesse drogada, isso seria um problema pessoal dela e deveriamos respeitar e nos unir para que ela pudesse melhorar, mas como, claramente, não é o caso, alguns dizem que ela está louca. Eu pergunto a você: O que é ser louca? O que é loucura? Uma pessoa é louca por não gostar de chocolate e você sim? uma pessoa é louca por querer fazer algo que você não faria? Precisam rever seus conceitos!
 Uma pessoa não pode ser julgada por que faz um trabalho em um lugar, o tal trabalho é ruim para muitos? Pode ser, mas tem quem goste e esse é o sustento dela, ela ta ganhando a vida honestamente e pagando suas contas como qualquer outro cidadão brasileiro.
 Sinceramente? Não sei o que essas pessoas aprendem em casa, o que suas mães lhe ensinam, será que eles ofendem os pais ou os avós dessa maneira também? É uma falta de respeito! Devemos tratar o próximo como gostaríamos de ser tratados.
 Cada um deve viver a vida da maneira mais feliz possivel, se ela se sentiu feliz ao fazer o vídeo, eu me sinto também, eu admiro o trabalho dela, e esse vídeo confirmou o que eu achava dela, uma garota inteligente, que sabe o que quer, e que não vai ficar parada e muito menos se calar! Aplausos para ti moça, eu te admiro muito apesar não ter essa corajem de me expor (sou timido, quase ao extremo), continue atuando e fazendo seus trabalhos na tv que eu estarei sempre acopanhando.

 Enfim, fico por aqui, e reflitam sobre o que ela diz, garanto que vai te fazer muito bem, e vai até te inspirar em várias obras, sejam elas contos, livros ou poesias, de alguma maneira a mensagem vai te tocar.

Até mais!
Raphael Gama
P.S.: Você não é gorda, acho você linda, e mesmo se fosse gorda, isso não deveria ser da conta de ninguém.
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